SOBRAPA - Sociedade Brasileira de Psicanálise e Autismo

Introdução: A resistência desempenha um papel crucial na psicanálise, sendo um fenômeno que se manifesta durante o processo terapêutico. Ela representa a tendência do paciente de evitar ou impedir o acesso a certos pensamentos, sentimentos ou memórias, muitas vezes de maneira inconsciente. Este fenômeno foi observado e teorizado por diversos autores importantes na história da psicanálise. Desenvolvimento: Sigmund Freud (1856-1939): Freud foi o pioneiro na introdução do conceito de resistência. Em suas obras, como "A Interpretação dos Sonhos" (1899) e "A Psicopatologia da Vida Cotidiana" (1901), ele explorou a ideia de que a resistência é uma barreira à livre associação de pensamentos e à análise do inconsciente. Anna Freud (1895-1982): Filha de Sigmund Freud, Anna Freud contribuiu significativamente para a compreensão da resistência em crianças. Em "O Ego e os Mecanismos de Defesa" (1936), ela ampliou a compreensão da resistência como uma forma de defesa c...

CARVALHO, Vitor Orquiza; HONDA, Helio. Fundamentos da associação livre: uma valorização da técnica da psicanálise. Analytica, São João del Rei, v. 6, n. 10, p. 46-56, jun.  2017.   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2316-51972017000100005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 16 jan.  2024. Laplanche, J., & Pontalis, J-B. (2004) Vocabulário da Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes. NAUJORKS, Carlos José. Teorias da identidade e correspondência identitária.  Psicol. rev. (Belo Horizonte) , Belo Horizonte, v. 27, n. 1, p. 265-284, abr.  2021.   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682021000100016&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 16 jan.  2024.   http://dx.doi.org/10.5752/P.1678-9563.2021v27n1p265-284

  Freud, em seus escritos, menciona raramente algo chamada contratransferência. Ele a entende como a influência do paciente nos sentimentos inconscientes do médico. Freud destaca que nenhum analista pode ir além dos seus próprios complexos e resistências internas. Isso implica na importância de o analista passar por uma análise pessoal, reconhecendo a necessidade de compreender suas próprias questões para melhor ajudar os pacientes. Após Freud, os psicanalistas começaram a prestar mais atenção na contratransferência, especialmente à medida que o tratamento passou a ser visto mais como uma relação. Isso também aconteceu à medida que a psicanálise se expandiu para novas áreas, como a análise de crianças e de pessoas com psicose, onde as reações inconscientes do analista podem ser mais desafiadoras. Em termos técnicos, podemos simplificar a contratransferência em três abordagens: a) Tentar reduzir ao máximo as reações pessoais do analista através da sua própria análise, de forma a est...

O processo de análise para se estabelecer depende que ocorra a transferência, que conforme explicam Laplanche e Pontalis (2004) é quando os desejos inconscientes se manifestam durante a relação entre o analisado e o analista.  A transferência é um processo importante no tratamento psicanalítico, pois é ela que possibilita ao processo de análise. No entanto, a psicanalista Mariana Schaefer (IBRAPSI), ressalta que a transferência pode não acontecer de imediato, mas ela ocorrerá, se o analisado se entregar ao desejo de entrar em análise, deixando para trás a resistência e desenvolvendo a empatia com seu analista. O processo de acolhimento no setting terapêutico, é demonstrado através do olhar, do sorriso, do jeito do psicanalista, se estes elementos existirem, o processo se estabelecerá naturalmente.  

Compreendendo a Identificação em Psicanálise: A Base da Associação Livre no Processo Analítico Psicanalista Clinico Analista do Comportamento Aplicado Instagram Na jornada complexa da psicanálise, a identificação emerge como um componente essencial para a construção de uma relação sólida entre analisando e analista. Para que a associação livre, pedra angular da psicanálise, floresça, é vital que ambos se identifiquem mutuamente. Vamos explorar o significado profundo dessa identificação na construção do vínculo terapêutico. A Essência da Identificação: Conectando-se com o Objeto A psicanálise nos ensina que a identificação inicia o processo de construção da identidade, uma ligação intrínseca entre o indivíduo (analista ou analisando) e o objeto de identificação. Naujorks (2021) destaca que essa conexão tem suas raízes na infância, quando, como pequenas crianças, nos conectamos intensamente com nossos pais e parentes próximos. Este é o alicerce do processo de identificação. A Evolução da...

A história de superação de Marta começou quando ela decidiu enfrentar sua fobia de aranhas, que tinha raízes profundas em um incidente traumático de sua infância. Ao iniciar a psicanálise uma vez por semana, Marta se viu inicialmente desconfortável com seu psicanalista, que estranhamente lembrava seu irmão mais velho. A resistência de Marta era evidente, relutando em se abrir e questionando a semelhança percebida entre o psicanalista e seu irmão. No entanto, o psicanalista persistiu pacientemente, entendendo que a transferência – a projeção de sentimentos do passado sobre a figura presente – era uma parte natural do processo. Com o tempo, Marta começou a notar nuances distintas entre seu psicanalista e seu irmão, permitindo que ela visse além das semelhanças superficiais. Com o esforço contínuo do psicanalista em construir uma relação de confiança, Marta começou a realizaor a transferência de forma mais consciente. As sessões de psicanálise tornaram-se um espaço seguro para Marta explo...

  O modelo psicanalítico de Sigmund Freud descreve a mente humana em termos de três componentes principais: id, ego e superego, além das divisões do inconsciente, pré-consciente e consciente. O id representa impulsos instintivos e desejos primordiais, predominantemente no inconsciente. O ego age como mediador entre o id e o mundo exterior, operando em parte no consciente. O superego, por sua vez, internaliza normas sociais e morais, muitas vezes residindo no pré-consciente. No inconsciente, encontramos conteúdos inacessíveis à consciência, incluindo os impulsos do id. O pré-consciente abriga informações disponíveis para a consciência, mas que não estão sendo focalizadas no momento. A consciência, por sua vez, envolve pensamentos e percepções no presente. Essa dinâmica entre id, ego e superego, juntamente com os níveis de consciente, pré-consciente e inconsciente, molda a complexidade da mente humana, influenciando pensamentos, sentimentos e comportamentos. Escrito por Márcio Costa ...

O modelo psicanalítico de Sigmund Freud descreve a mente humana em termos de três componentes principais: id, ego e superego, além das divisões do inconsciente, pré-consciente e consciente. O id representa impulsos instintivos e desejos primordiais, predominantemente no inconsciente. O ego age como mediador entre o id e o mundo exterior, operando em parte no consciente. O superego, por sua vez, internaliza normas sociais e morais, muitas vezes residindo no pré-consciente. No inconsciente, encontramos conteúdos inacessíveis à consciência, incluindo os impulsos do id. O pré-consciente abriga informações disponíveis para a consciência, mas que não estão sendo focalizadas no momento. A consciência, por sua vez, envolve pensamentos e percepções no presente. Essa dinâmica entre id, ego e superego, juntamente com os níveis de consciente, pré-consciente e inconsciente, molda a complexidade da mente humana, influenciando pensamentos, sentimentos e comportamentos. Texto de Márcio Costa Psicanali...

Conhecido como "O Homem dos Ratos", Ernst Lanzer procurou Sigmund Freud em 1907, buscando alívio para suas queixas relacionadas ao transtornolobsessivo-compulsivo (TOC). Temeroso de que suas ações afetassem seus entes queridos, Lanzer revelou seus padrões compulsivos, como contagens inúteis e reflexões, desencadeando interpretações que se tornariam a base da teoria freudiana sobre sexualidade, racionalização e neurose obsessiva. Em 1909, Freud compartilhou suas análises em "Notas sobre um caso de neurose obsessiva", destacando a história de Lanzer em quatro congressos da Sociedade Psicanalítica de Viena e no primeiro congresso psicanalítico internacional em Salzburgo. Embora Freud tenha afirmado uma melhora completa, evidências indicam exageros, como a duração falsa do tratamento. Lanzer, confrontado com pensamentos grotescos após ouvir relatos de tortura, admitiu fantasias de assassinato e suicídio. Seus comportamentos compulsivos, como abrir a porta à meia-noite p...

Em uma Viena do século XX, mergulhamos nas intricadas camadas da psique infantil por meio da notável história de Hans, um garoto peculiar cujas experiências intrigaram o próprio Sigmund Freud. Introdução: O Enigma de Hans Na Viena do início do século XX, um jovem chamado Hans viveu uma narrativa que se tornaria uma peça fundamental no quebra-cabeça da psicanálise. Seus medos, sonhos e fantasias foram meticulosamente explorados pelo lendário Sigmund Freud, oferecendo insights preciosos sobre o desenvolvimento infantil. Infância de Hans: O Palco dos Sonhos e Medos Desde cedo, Hans manifestou um fascínio peculiar por cavalos. Seus sonhos eram repletos de imagens equinas, mas junto a essa fascinação surgiam medos inexplicáveis, especialmente relacionados a cavalos que podiam crescer e ameaçar sua família. O Complexo de Édipo de Hans: Relações Intricadas Freud mergulhou nas relações familiares de Hans, destacando a presença do Complexo de Édipo. O garoto desenvolveu sentimentos conflitantes...

Reinventar-se é um processo de transformação pessoal que nos permite buscar novas direções, explorar novas possibilidades e redescobrir o nosso verdadeiro potencial. É como dar uma nova chance para nós mesmos, rompendo com antigos padrões e abrindo espaço para o crescimento e o autodesenvolvimento. Ao longo da vida, muitas vezes nos encontramos em situações onde nos sentimos estagnados, presos em rotinas e hábitos que não nos satisfazem mais. É nesse momento que a necessidade de reinventar-se se faz presente. É preciso coragem para dar esse passo, pois muitas vezes implica em sair da zona de conforto e enfrentar o desconhecido. O processo de reinvenção pode ser desafiador e requer paciência e determinação. Podemos começar por identificar o que não está mais funcionando em nossa vida, seja no âmbito pessoal, profissional ou emocional. Refletir sobre nossos desejos, sonhos e metas também é importante nessa jornada de autodescobrimento. Reinventar-se não significa necessariamente começar ...

Era uma vez uma dedicada enfermeira chamada Ana, que trabalhava em um renomado hospital. Desde o início de sua carreira, Ana sempre foi muito comprometida com o cuidado e o bem-estar de seus pacientes. No entanto, o ambiente de trabalho começou a desgastá-la de forma significativa. Ana, infelizmente, sofreu desprezo constante do chefe de enfermagem. Ele era rude, tratava-a com descaso e não valorizava suas habilidades. Essa atitude negativa a deixava cada vez mais desmotivada e frustrada. Além disso, Ana também enfrentava perseguições dentro do hospital. Algumas colegas de trabalho, influenciadas pelo comportamento do chefe de enfermagem, tentavam sabotar suas atividades e minar sua reputação. Essas situações eram exaustivas e estressantes, afetando ainda mais seu desempenho no trabalho. A carga de trabalho de Ana também era insuportável. Ela frequentemente era obrigada a fazer horas extras, muitas vezes sem remuneração adequada. O hospital estava sempre cheio, com poucos funcionários ...