4-O que é a Contra Transferência em psicanálise?


 


Freud, em seus escritos, menciona raramente algo chamada contratransferência. Ele a entende como a influência do paciente nos sentimentos inconscientes do médico. Freud destaca que nenhum analista pode ir além dos seus próprios complexos e resistências internas. Isso implica na importância de o analista passar por uma análise pessoal, reconhecendo a necessidade de compreender suas próprias questões para melhor ajudar os pacientes.

Após Freud, os psicanalistas começaram a prestar mais atenção na contratransferência, especialmente à medida que o tratamento passou a ser visto mais como uma relação. Isso também aconteceu à medida que a psicanálise se expandiu para novas áreas, como a análise de crianças e de pessoas com psicose, onde as reações inconscientes do analista podem ser mais desafiadoras.

Em termos técnicos, podemos simplificar a contratransferência em três abordagens:

a) Tentar reduzir ao máximo as reações pessoais do analista através da sua própria análise, de forma a estruturar a situação analítica principalmente pelas emoções transferidas pelo paciente, como se fosse uma tela projetiva.

b) Usar de maneira controlada as reações do analista durante o trabalho, seguindo a sugestão de Freud de que todos têm uma ferramenta em seu próprio inconsciente para interpretar as expressões do inconsciente dos outros.

c) Guiar-se, inclusive na interpretação, pelas próprias reações contra transferenciais, muitas vezes considerando essas emoções como parte integrante da análise. Essa abordagem assume que a comunicação genuinamente psicanalítica ocorre pela ressonância "de inconsciente a inconsciente".

 


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