FREUD: COMPLEXO DE ÉDIPO E FASES PSICOSSEXUAIS

FREUD: COMPLEXO DE ÉDIPO E FASES PSICOSSEXUAIS

Márcio Costa

Psicanalista Clinico

Analista do Comportamento Aplicado

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INTRODUÇÃO: 

Freud em sua obra descreve as 5 fases sexuais pelas quais o indivíduo passa ao longo do seu desenvolvimento físico e mental ele foi duramente criticado quando divulgou sua teoria por afirmar que as crianças tinham sexualidade, mas o diabo não é tão feio como pintam o que Fred afirma que na medida em que a criança amadurece ela vai desejando coisas diferentes e também vai encontrando formas diferentes de gratificar esses desejos há um misto de necessidades fisiológicas descobertas e fantasias na psique infantil e não a sexualidade que existe no adulto. 

FASE ORAL

Na fase oral que vai do nascimento até aproximadamente o segundo ano de vida, a zona erógena do bebê é a boca. Porque zona erógena? porque é a área na qual se concentram as necessidades do bebê e suas gratificações, simples assim, não tem nada a ver com a sexualidade do adulto. Às necessidades básicas do bebê são a sede ea fome, então ao receber alimento essas tensões são aliviados, adicionalmente ao receber o alimento o bebê também será confortado alinhado e acalentado pelo adulto que o alimenta, logo o bebê associa o ato de alimentação a redução da tensão alimentar e a sensação de prazer gerada pelo contato afetuoso do adulto. A boca será a primeira parte do corpo que o bebê aprende a controlar e é para ela que ele dirigirá a toda sua libido. A libido é a energia que alimenta pulsão da vida, pois bem, na fase oral, quase toda essa energia libidinal é direcionada para a boca então tudo que o bebê faz com a boca, comer, morder ,beber, sugar, gera prazer e satisfação, por isso ainda que o bebê esteja  bem alimentado ele desejará sugar objetos por causa da pulsão. A fome que é uma necessidade orgânica já foi satisfeita mas a pulsão que é uma necessidade orgânica e psíquica nunca. Associada nessa fase da vida as pulsões se manifestam nas atividades que geram gratificação oral entre os dois e os quatro anos a criança.

FASE ANAL

Depois ele passa pela fase anal. É nessa fase que ela aprende a controlar os esfíncteres e a bexiga e a expulsão das fezes pelo ânus gera prazer. Mas a criança também pode sentir prazer em reter as fezes o que cria uma espécie de conflito por um lado eliminar as fezes é prazeroso, por outro lado existe a necessidade social de controlar essa eliminação até chegar ao local adequado, esse é um dos primeiros conflitos entre o indivíduo e as exigências da vida social, que a criança experimenta.  Ela quer sentir o prazer da evacuação mas ela não pode fazer isso a qualquer hora nem qualquer lugar ao mesmo tempo. A criança percebe que quanto mais controle fisiológico ela adquire mais ela é elogiada pelos adultos, então se por um lado é prazeroso evacuar também é prazeroso reter e nessa fase a criança pode controlar a evacuação como forma de obter elogios, mas também pode não controlar de propósito e evacuar onde não deve como forma de chamar a atenção. Também pode ser confuso para a criança perceber que os adultos a elogiam por controlar a evacuação, mas ao mesmo tempo consideram que ir ao banheiro é algo sujo e que deve ser feito de forma discreta. A criança se pergunta como ela pode ser elogiada por eliminar as fezes na hora e local certos e ao mesmo tempo ver que suas fezes são indesejadas

FASE FÁLICA

Por volta dos 4 anos tem início a fase fálica. Mas porque foi que Freud chamou essa fase de fálica? porque nessa fase que a criança se dá conta de que tem um pênis ou de que lhe falta um. Os genitais passam a concentrar todas as tensões e atenções da criança. Os meninos começam a ter ereções e isso leva a um maior interesse pela região genital e ao se darem conta de que as fêmeas não têm pênis, os meninos experimentam a chamada ansiedade de castração, que é o medo de perder o pênis. Na fase fálica as crianças começam a sentir ciúmes da atenção que seus pais dão um ao outro em vez de dar a eles, O menino começa a enxergar o pai como um rival pelo afeto da mãe o que eleva ao chamado complexo de édipo, segunda peça de Sófocles, o antigo dramaturgo grego. O personagem  tem um pai  diplomata, seu filho desconhecendo a sua identidade, mas tarde casa-se com a mãe. Ao descobrir a identidade da pessoa que matou e da mulher com quem casou-se, arranca seus próprios olhos. Segundo  Freud no complexo de édipo,  emerge na fase fálica, o menino fantasiou matar o pai, casar se com a mãe e ao mesmo tempo,  ele acredita que seu pai também o vê como rival e que por isso ele poderá ser castrado pelo pai e  ficar inofensivo. Freud chamou esse sentimento de ansiedade de castração, para tornar tudo mais complicado o menino ainda quer a atenção e o amor do pai então enxerga a mãe como uma rival. Segundo freud o amor e o temor por ambos os pais,  a ansiedade de castração e o desejo pela mãe, são conflitos que nunca poderão ser resolvidos por completo. Então são recalcados, ou seja ainda na infância todo esse complexo é descartado para o inconsciente, evitando que ele apareça e que a criança pense e reflita a respeito dele. A menina passa por um conflito semelhante, ela ama e deseja mãe, mas como ela acredita que perdeu o pênis por culpa da mãe, desenvolve se a inveja do pênis e seu objeto de desejo e amor passa a ser o pai, ela fantasia que se tiver um filho com o próprio pai isso de certa forma pode compensar  seu órgão castrado. Como a menina acredita que já foi castrada ela não tem mais nada a perder, logo não tem a  ansiedade de castração que o menino tem e que o ajuda a inibir o complexo de édipo. Por não ter ansiedade de castração, a repressão dos seus sentimentos pelo pai é menos nas meninas, o que faz com que elas passem mais tempo na situação edipiana. De qualquer forma após os cinco anos, o apego aos pais costuma ser resolvido. Então a maior parte das crianças se volta para os relacionamentos com seus amigos para as atividades escolares e as brincadeiras .

INICIO DA PUBERDADE - FASE GENITAL

Entre os cinco anos e o início da puberdade que costuma vir lá pelos 12 anos, a criança está no período de latência ou seja um período no qual os desejos sexuais não resolvidos na fase
anterior são reprimidos pelo super ego. De acordo com Feud durante a latência a sexualidade não avança, de fato ele afirma que os anseios sexuais perdem o vigor e são temporariamente abandonados.  Também é durante a latência que o ego desenvolve a moralidade e as atitudes de vergonha e repulsa.  Como o início da puberdade, começa a fase genital quando a libido retorna aos órgãos genitais, nesse período os indivíduos já estão cientes de suas diferenças sexuais e buscam formas de satisfazer suas necessidades eróticas.  É nessa fase genital que o desejo sexual torna-se adulto, sentimentos edipianos que não tenham sido resolvidos na fase fálica podem retornar na fase genital e assombrar a vida psíquica de alguns adolescentes, sendo responsáveis por parte das turbulências vividas nessa etapa da vida. Na visão de Freud todos os indivíduos que conseguiram progredir pelas diferentes fases de desenvolvimento, resolvendo os diferentes conflitos de forma satisfatória, se tornaram adultos psicologicamente saudáveis. A fixação é o que ocorre quando uma pessoa não consegue avançar normalmente de uma fase para outra permanecendo muito envolvida com formas de gratificação mais simples ou infantis pessoas que fumam de mais comem demais ou masccam muitos chicletes podem ter fixação parcial na fase oral ou seja sua maturação psicológica pode não ter sido completa. O mesmo pode ser dito das pessoas viciadas em fofoca, já as pessoas obcecadas por ordem parcimônia e obstinação,  podem ter sofrido experiências difíceis durante a fase anal, resultando em uma fixação por limpeza e organização, isso não quer dizer que o adulto não podem gostar de ordem, nem de mascar chiclete, o problema está nos comportamentos
exagerados. 
Fonte: Transcrição do vídeo do youtube:

FREUD (04) – COMPLEXO DE ÉDIPO E FASES PSICOSSEXUAIS


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