Ética Profissional na Psicanálise: Princípios Éticos Fundamentais
Márcio Costa
Psicanalista Clinico
Analista do Comportamento Aplicado
Caro leitor, nesta aula nos aprofundaremos sobre a importância
do Código de Ética para os psicanalistas.
A
IPA Associação Internacional de
Psicanálise, é uma organização internacional que promove o desenvolvimento e a
prática da psicanálise em todo o mundo. Fundada por Sigmund Freud em 1910, a
IPA desempenha um papel fundamental na promoção da pesquisa, ensino e aplicação
clínica da psicanálise. A IPA tem como membros psicanalistas individuais,
instituições de psicanálise e organizações psicanalíticas em todo o mundo. Ela
oferece um fórum para a troca de ideias e conhecimentos entre psicanalistas de
diferentes países e culturas, promovendo assim o enriquecimento e a diversidade
na teoria e na prática psicanalítica. Além disso, a IPA estabelece padrões
éticos e profissionais para a prática da psicanálise e oferece programas de
formação e treinamento para psicanalistas em diferentes estágios de suas
carreiras. A organização também publica revistas acadêmicas e promove
conferências e eventos educacionais para promover o avanço do campo da
psicanálise. IPA desempenha um papel
central na promoção e na disseminação da psicanálise em todo o mundo,
contribuindo para o desenvolvimento e a aplicação dessa abordagem terapêutica e
teórica em uma variedade de contextos clínicos e culturais. Ela estabelece
diretrizes que devem ser seguidas por psicanalistas de todo o mundo, entretanto
deixa livre que cada associado siga o código de ética local, onde exerce a
profissão de psicanalista.
Mais o que é um código de ética?
Um código de ética profissional é um conjunto de diretrizes e princípios que
regem o comportamento e as práticas dos membros de uma profissão específica.
Ele estabelece padrões de conduta esperados, define responsabilidades éticas e
promove a integridade, a transparência e a responsabilidade dentro da
profissão. O código de ética profissional geralmente aborda questões como
respeito pelos direitos dos clientes, confidencialidade, competência
profissional, honestidade, imparcialidade e responsabilidade social. O código de ética é essencial para garantir que os
profissionais atuem de maneira ética e em conformidade com os valores e normas
da sua profissão e na profissão de psicanalista, isto não pode ser diferente. O
código de ética reflete valores
humanitários, princípios psicanalíticos e obrigações profissionais perante
pacientes e o público. É um compromisso com a integridade, a ética e o respeito
pela dignidade humana em todas as nossas interações. Se aplica, geralmente, em
todas as situações clínicas e profissionais. A ética não é uma opção, mas sim
uma responsabilidade que cada psicanalista carrega consigo em seu trabalho
diário, garantindo que as normas éticas sejam relevantes e aplicáveis em
diversos contextos culturais e sociais.
Vamos entender melhor cada diretriz
de um código de ética:
A base fundamental está em
respeitar os Direitos Humanos, significa
que como psicanalistas, é nosso dever primordial respeitar e proteger os
direitos humanos básicos de cada indivíduo. Isso significa não apenas aderir às
normas estabelecidas na Declaração de Direitos Humanos da ONU. A profundidade
desse compromisso significa não apenas reconhecer os direitos humanos
universalmente reconhecidos, mas também se
esforçar para garantir que suas práticas e interações com os pacientes estejam
alinhadas com esses princípios. Isso requer uma compreensão profunda dos
direitos humanos e uma aplicação consistente em todas as situações,
independentemente de diferenças individuais ou culturais. Um outro ponto
fundamental diz respeito aos acordos Financeiros, onde a transparência deve se essencial em todas as
interações financeiras com seus pacientes. Antes do início da análise ou de
qualquer ajuste nos honorários, é fundamental divulgar integralmente todos os
custos e obter o consentimento do paciente.
Essa transparência não se limita apenas à divulgação dos custos
financeiros envolvidos na análise. Também implica uma comunicação clara e
aberta sobre as políticas de pagamento, opções de seguro (se aplicável) e
quaisquer outros aspectos financeiros que possam impactar o paciente. Isso
ajuda a estabelecer uma base de confiança entre o analista e o paciente,
essencial para o processo terapêutico. A Integridade Profissional e Geral que
se dá através da confidencialidade é a
base da prática psicanalítica. O psicanalista deve proteger as informações e
documentos de seus pacientes de forma sigilosa. A confidencialidade não é
apenas uma formalidade, mas uma parte essencial da relação terapêutica. Isso
significa que todas as informações compartilhadas durante a análise devem ser
tratadas com o mais alto grau de sigilo, a menos que haja uma obrigação legal
de divulgação. Manter a confidencialidade não apenas protege a privacidade do
paciente, mas também fortalece a relação de confiança entre o analista e o
paciente. Outra questão importante se relaciona
a manutenção da reputação da profissão. Como profissional, você é responsável não apenas pelo seu próprio comportamento, mas também pela
reputação da profissão como um todo. Isso significa que deve agir de maneira
ética e responsável em todas as suas interações profissionais, evitando
comportamentos que possam prejudicar a imagem da psicanálise ou minar a
confiança do público na profissão. Dessa forma
proibido agir de forma prejudicial à reputação de qualquer pessoa ou
organização, incluindo colegas psicanalistas, sem circunstâncias convincentes.
Essa diretriz enfatiza a importância da integridade e da responsabilidade
profissional. O psicanalista deve ser honesto com pacientes e colegas, evitando
qualquer conduta fraudulenta. A honestidade é fundamental para a prática ética
da psicanálise. Isso significa ser transparente sobre nossas qualificações,
métodos de tratamento e qualquer outro aspecto relevante do processo
terapêutico. Também implica evitar qualquer forma de engano, fraude ou
manipulação em nossas interações com pacientes e colegas. O abuso de poder, não
deve ser utilizado na prática psicanalítica. Você deve se policiar e não
permitir qualquer desequilíbrio de poder entre você e seus analisando,
garantindo que não comprometa a autonomia do paciente. Como psicanalista, é sua
responsabilidade reconhecer e mitigar esse desequilíbrio, garantindo que o
paciente se sinta empoderado e capaz de tomar decisões autônomas sobre seu
próprio tratamento. Isso requer uma sensibilidade especial às dinâmicas de
poder e uma abordagem cuidadosa para garantir que o paciente se sinta
respeitado e capacitado durante todo o processo terapêutico. O paciente tem o
direito de interromper o tratamento a qualquer momento, sem medo de retaliação
ou julgamento por parte do analista. Respeitar esse direito é essencial para
garantir a integridade e eficácia do processo terapêutico. O encerramento do tratamento deve ser uma
decisão mutualmente acordada. Se você decidir interromper um tratamento
unilateralmente, deve garantir que as necessidades do paciente sejam atendidas
e fornecer informações sobre possíveis alternativas de tratamento. O
encerramento do tratamento é um processo delicado que deve ser abordado com
cuidado e sensibilidade. Se um paciente expressar o desejo de interromper o
tratamento, é importante explorar suas razões e preocupações de maneira aberta
e honesta.
Como você percebeu, a profissão
de psicanalista exige acima de tudo o
respeito ao paciente em todas as dimensões, então aprofunde mais no estudo do código de ética e exerça sua
profissão com segurança. Sucesso nessa sua nova carreira.
Referência Bibliográfica:
International Psychoanalytical
Association. (2015). Princípios Éticos, Código de Ética e Procedimentos de
Implementação. Recuperado de
https://www.ipa.world/ipa/IPA_Docs/ETHICAL%20PRINCIPLES%20Jan%202015%20(Por).pdf

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